Rica em hormônios, a pílula do dia seguinte foi desenvolvida para precaver a mulher de uma gravidez indesejada no caso de relações sexuais sem preservativo, ou para situações em que houve falha da camisinha. Preocupado com o crescimento da procura do produto, observado por seus 500 colaboradores, CRF–SP (Conselho Regional de Farmácia de São Paulo) realiza campanha educativa sobre o uso correto do medicamento, indicado para casos de urgência.
O uso prolongado da pílula do dia seguinte pode acarretar problemas cardiovasculares como infarto, derrame e AVC (acidente vascular cerebral), segundo Carolina Ambrogini, ginecologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Marcos Machado, vice-coordenador da Comissão de Análise Clínica e conselheiro do CRF-SP, afirma que a gravidez indesejada é a menor complicação que o medicamento pode causar. Entre os efeitos colaterais imediatos estão dor de cabeça e atrasos menstruais. “Dificilmente a mulher conseguirá regular novamente seu ciclo menstrual”, alerta Machado.
Ainda segundo o conselheiro do CRF-SP em longo prazo as consequências são ainda mais graves. Além de causar varizes e desenvolver cânceres de ovário e útero, a pílula provoca doenças cardiovasculares como, infarto. Outro ponto importante é a redução do efeito da pílula em prazo prolongado, pois o medicamento não se trata de um contraceptivo.
Carolina Ambrogini, explica que o tipo de pílula é contraindicado para quem sofre de doenças hematológicas (do sangue), renais e tromboembolia, que é a formação de coágulos sanguíneos fora do sistema cardiovascular.
Carolina Ambrogini, explica que o tipo de pílula é contraindicado para quem sofre de doenças hematológicas (do sangue), renais e tromboembolia, que é a formação de coágulos sanguíneos fora do sistema cardiovascular.
O conselheiro do CRF-SP adverte que a pílula pode perder o efeito se interagir com outros medicamentos, como antibióticos e vitaminas. O recomendado é pedir auxílio ao ginecologista ou consultar o farmacêutico no ato da compra. (Colaborou Larissa Marçal)
Campanha alerta jovens
Para diminuir o consumo do medicamento o CRF-SP lançou campanha educativa para alertar as mulheres dos efeitos da pílula. Entre as ações estão palestras em escolas e distribuição de panfletos nas farmácias
A campanha visa atingir, principalmente, as adolescentes, pois considera que não possuem informações sobre o assunto e, em razão também do acesso fácil e livre, usam o produto de maneira inadequada.